quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Mendoza

O mais impressionante de toda a viagem para Mendoza foram os Andes.

Uma coisa impressionante, uma grandeza que hipnotiza e faz com que vejamos o quão pequenos somos.

Conhecer as Cordilheiras sempre foi um dos meus maiores sonhos e, naquele momento, quando a cruzava não acreditava no que acontecia. Os montes estavam ali, lado a lado e conforme o ônibus seguia caminho as paisagens iam mudando e ficando cada vez mais lindos.

Uma das paisagens mais impressionantes de toda a viagem. Incomparável e sem explicação a sensação que passa.

Sou mesmo chorão, e assumo, diante daquela grandeza, do pôr-do-sol que fazia... Diante de tamanha beleza, as lagrimas caiam involuntariamente. Como uma criança que ganha o presente que sempre quis, foi a sensação que tive ao ver meu sonho diante de mim.

Impressionante, também, é conseguirmos ver as camadas com cores, como que pudéssemos ver a evolução da Cordilheira nesses milhões de anos.

Chegando à cidade de Mendoza, pela noite, fomos direto a um hostel que, por iniciativa do Gustavo Gaúcho, tínhamos escolhido. E de lá partimos, antes mesmo de podermos tomar um banho ou qualquer coisa, para um churrasco e uma festa só com musicas em castellano.



Foi muito legal, mas estávamos exaustos!

Péssimo, sim... este é o adjetivo adequado ao hostel que tínhamos escolhido! Campo Base é o nome... Jamais fiquem naquilo!

Eram quase três horas da manhã e ao som de Nirvana no maximo volume tínhamos que tentar dormir.

Manhã seguinte, primeira coisa após trocar de roupa? Procurar outro lugar.

Saímos os três com três opções. Uma delas o Lao’s Hostel. Que sem sombra de duvida escolhemos. O preço era o normal para Argentina, 30 pesos (20 reais). Com café da manhã incluído e ‘free wine’ todas as noites. Muito bom...

Tinha redes no jardim, um Pastor Alemão filhotão que brincava o tempo todo, pessoas super atenciosas, um lugar limpíssimo e ao som, sempre, de muita bossa, jazz e mantras... um lugar que quando quisemos conseguimos descansar. Recomendo como o melhor hostel de toda a viagem! (http://www.laohostel.com/)

A primeira tarde foi de relax total... compramos umas cervejas da região, que, por sinal, são ótimas, umas empanadas e uns alfajores e ficamos na rede, balançando, descansando.

No final da tarde fomos passear, o casal de três que viajou junto de Santiago, pelos Andes e que ali estava. Era engraçado, mas depois de tanto tempo viajando sozinho, conhecer gente legal e que vai seguir pelos mesmos lugares é a melhor coisa, por que podemos decidir em grupo... fica muito legal!

O centro da cidade é super interessante e repleto de bares e restaurantes ótimos. Sorvetes... Putz... Os sorvetes argentinos são muito bons!

Na noite, mais descanso e banho bem quente... De banheira... Apesar de não ser muito conveniente, eu bem enchi a banheira e fiquei lá por quase uma hora... Realmente relaxei. E depois, free wine revezando com um chimarrão. Alias, a viagem toda sempre regada de muito chimarrão. Principalmente depois que encontrei os gaúchos, por que ate então, muitas vezes eu era sozinho, então não tomava muito.

Na manha seguinte resolvemos que tínhamos que almoçar uma parrillada. No centro comemos bem, mas tinha uma coisa que havia experimentado em Esquel com Lau e que até então não tinha comido de novo. Chichulin.

O que é isso??? Já vou adiantar que não contei para eles ate que provassem... Feito isso... Intestino!

Quase morreram... As caras foram ótimas. Ou não!!!

Queríamos visitar as vinícolas e então fomos no dia seguinte. Domingo... Mas tem alguma coisa aberta? Pois é... tinham dito para a gente que sim. Tomamos o ônibus e partimos para a região de Maipú. Visitamos um museu que disseram ser do vinho, mas na verdade era das primeiras famílias que começaram a cultivar a uva na região e produzir os primeiros vinhos argentinos.

Legal, interessante, mas tudo que a guia nos contava como precioso vinha seguido da seguinte explicação: “A lástima é que nada disso existe mais aqui, por que foi saqueado durante o período militar”. Isso significa dizer que poucas coisas existiam no lugar!


De lá seguimos para os vinhedos que, por óbvio, pela hora estavam todos fechados! Fomos a um restaurante muito bom e resolvemos comer alguma coisa para aproveitar ao menos aquele momento. Ate que vimos os preços.

Por um momento queríamos partir de lá correndo, mas Gustavo, sempre super econômico quis pedir a tábua mais cara e uma cerveja bem gelada. Na hora hesitamos e queríamos pedir uma mais barata, Flavia e eu. Para que?!


Gustavo levantou indignado por que a gente ria de tudo o tempo todo e, por obvio, da situação do nosso passeio. Ate que ele foi al banheiro e a Flavia me disse: “Tem alguma coisa errada. Ele deve estar muito nervoso por que jamais pediria a de 62 (pesos)!” Minha resposta foi a obvia que se esperaria... “Pede a de 62!!!” E caímos na gargalhada de novo...


Daí para frente, todo momento que Gustavo se irritava um pouco eu olhava Flavia e dizia: “Pede a de 62!!!” hehehehhehe

Curtimos! Isso posso dizer que fizemos.

Dia seguinte sim, vinícolas. Andamos feito condenados! Mas conhecemos um pouco da historia do verdadeiro Museu do Vinho na Vinícola Rural, que recomendo.



Mais tarde, depois de vinhos, licores e doces, era hora de partir... um sol impressionante esquentava a cidade e tínhamos que apressarmos já que íamos aquela noite voltar para Buenos Aires, meu primeiro e último destino.



Sentamos perto de um posto de gasolina, já que a fome era tensa, e pedimos hambuerguesas com cervejas... três hamburguesas.


Estávamos sentados à sombra de uma oliveira quando somente duas haburguesas chegaram... “Ué?! Cadê a outra?” A resposta foi de morrer! “Eram três?!”

Só com a gente mesmo!

Engraçado mesmo foi quando coloquei maionese na minha hamburguesa... fazendo aquela curvinha de “S” várias vezes... a Flavia, involuntariamente olhou seguindo o movimento... hahhahahaha... rimos mais ainda!!!! E depois queriam se vingar quando a deles chegasse!


Galera, adorei conhecer vocês...

Indo para rodoviária, pedimos o táxi que não apareceu e tivemos que correr até o terminal com risco de perder o ônibus e o dinheiro (145 pesos por cada um com passagens de primeira classe)!!! Hehehehe

Chegamos lá e compramos muita comida... estávamos famintos... qual a surpresa agora? Os serviços eram mais que completos... ficamos atolados de tanta comida na viagem!

Partimos, então.

Destino: Buenos Aires.

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